Pedro Reyes

22 Abril - 12 Junho 2021

 

Um intenso ano de trabalho no atelier torna-se evidente na intimidade das novas esculturas de Pedro Reyes. Atraído pela riqueza mineral que conecta o México ao Brasil, Reyes esculpe diretamente em pedra, uma prática que existe há mais de trinta e cinco séculos no continente. Reyes estende sua prática social com o objetivo de revigorar o artesanato local por meio de um vocabulário visual mesoamericano que antecede o cânone colonial dominante da História da Arte, imaginando sua presença concreta nos dias de hoje.

 

 

A Galeria Luisa Strina tem o prazer de anunciar a exposição de Pedro Reyes, composta de cerca de 20 esculturas. A terceira mostra individual do artista mexicano na galeria abre no dia 20 de abril e fica em cartaz até 12 de junho de 2021. Ao longo de sua carreira, Reyes desenvolveu uma narrativa que inclui esculturas, prática social, arte pública, teatro e desenho. Nesta exposição, Reyes explora um repertório escultórico modernista ao qual mescla alusões pontuais à cultura mexicana criando uma linguagem visual própria.

 

  • A exploração de Reyes nos processos da escultura continua a desafiar os cânones conceituais e materiais dos meios com os quais trabalha. Esculturas de superfície porosa finalizadas com cinzéis são acompanhadas de peças entalhadas de corte limpo, que evocam movimento lógico e dinamismo. Por empregar um sistema de nomenclatura reflexivo, os títulos permitem uma melhor compreensão da obra. Os destaques da exposição incluem Ponto e vírgula (2021), um sinal de ponto-e-vírgula esculpido em um único bloco de mármore branco, que encena um salto topológico da segunda para a terceira dimensão. A intersecção entre o ponto e a vírgula é uma conjuntura semântica. O ponto é uma parada, enquanto uma vírgula simboliza uma pausa.
     
    Construcción (2021) é feita de pedra Tezontle vermelha; uma rocha retirada das minas vulcânicas em Texcoco (a leste da Cidade do México). O artista usa o material como ferramenta para comentar sobre a cosmogonia antiga, na qual a lava representava o sangue do planeta. Combinando esses dois fatos, Reyes reinterpreta seu significado. Em Sentinela (2021), Reyes dialoga com a tradição da figura sentada. O título alude ao guardião, um personagem silencioso, mas atencioso. Várias linhas formam duas variações da figura, simplificando a silhueta. Ao criar as duas cabeças com um círculo em um quadrado, alcança uma neutralidade de gênero. O museu de Diego Rivera, Anahuacali (casa no vale de Anahuac), e sua coleção de artefatos pré-colombianos foram uma referência importante para este conjunto de esculturas de pedra vulcânica.
  • Pedro Reyes, Construcción, 2021

    Pedro Reyes

    Construcción, 2021
    rocha tezontle
    [tezontle stone]
    132 x 46,5 x 51,5 cm
    52 x 18 1/4 x 20 1/4 in
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    • Pedro Reyes Ponto e vírgula, 2021 mármore branco [white marble] 26 x 31.5 x 23 cm 10 1/4 x 12 3/8 x 9 1/8 in
      Pedro Reyes
      Ponto e vírgula, 2021
      mármore branco
      [white marble]
      26 x 31.5 x 23 cm
      10 1/4 x 12 3/8 x 9 1/8 in
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    • Pedro Reyes & (ampersand), 2021 aço, cimento [steel, concrete] 46 x 29 x 20 cm 18 1/8 x 11 3/8 x 7 7/8 in Edition of 5 plus 2 artist's proofs
      Pedro Reyes
      & (ampersand), 2021
      aço, cimento
      [steel, concrete]
      46 x 29 x 20 cm
      18 1/8 x 11 3/8 x 7 7/8 in
      Edition of 5 plus 2 artist's proofs
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  • Pedro Reyes, Quipú, 2021
    Pedro Reyes, Quipú, 2021
    Pedro Reyes, Quipú, 2021
    Pedro Reyes, Quipú, 2021
    Pedro Reyes, Quipú, 2021
    Pedro Reyes, Quipú, 2021
    Pedro Reyes, Quipú, 2021
    Pedro Reyes, Quipú, 2021

    Pedro Reyes

    Quipú, 2021

    rocha vulcânica

    [volcanic stone]

    22 x 48 x 35 cm
    8 5/8 x 18 7/8 x 13 3/4 in

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  • Pedro Reyes, Sentinela, 2021

    Pedro Reyes

    Sentinela, 2021
    rocha vulcânica
    [volcanic stone]
    71 x 48 x 35 cm
    28 x 18 7/8 x 13 3/4 in
    Edition of 1 plus 1 artist's proof
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  • Pedro Reyes, Sentinela 02, 2021

    Pedro Reyes

    Sentinela 02, 2021
    rocha vulcânica
    [volcanic stone]
    70 x 48 x 34 cm
    27 1/2 x 18 7/8 x 13 3/8 in
    Edition of 1 plus 1 artist's proof
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  • As figuras antropomórficas inspiradas nas descobertas de Mezcala (uma civilização que antecede os olmecas) transmitem certas sensações e sentimentos por meio da quebra de simetria. Reyes enfatiza como a abstração e o objetivo de simplificar as figuras foram estudados séculos antes da Modernidade. As peças são esculpidas em pedra Tezontle púrpura, uma das rochas mais duras. Os buracos nestas obras adicionam uma textura sobrenatural.

     

    Signal (2021) é esculpido em Jadeita, um tipo de pedra verde encontrada na Mesoamérica. Por meio desta escultura, uma caixa com uma representação abstrata da tela, Reyes combina técnicas antigas com referências contemporâneas. Como espécie, temos obsessão por controle e comunicação. Portanto, Signal é uma abstração da ideia, do ícone.
  • Pedro Reyes, Chac Mool, 2021
    Pedro Reyes, Chac Mool, 2021
    Pedro Reyes, Chac Mool, 2021
    Pedro Reyes, Chac Mool, 2021
    Pedro Reyes, Chac Mool, 2021
    Pedro Reyes, Chac Mool, 2021
    Pedro Reyes, Chac Mool, 2021

    Pedro Reyes

    Chac Mool, 2021

    rocha vulcânica
    [volcanic stone]
    45,5 x 76 x 31,5 cm
    17 7/8 x 29 7/8 x 12 3/8 in

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    • Pedro Reyes Ave, 2020 mármore branco [white marble] 42 x 42 x 42 cm 16 1/2 x 16 1/2 x 16 1/2 in Edition of 3 plus 2 artist's proofs
      Pedro Reyes
      Ave, 2020
      mármore branco
      [white marble]
      42 x 42 x 42 cm
      16 1/2 x 16 1/2 x 16 1/2 in
      Edition of 3 plus 2 artist's proofs
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    • Pedro Reyes Cadeira, 2021 cantera 22 x 50 x 27 cm 8 5/8 x 19 3/4 x 10 5/8 in
      Pedro Reyes
      Cadeira, 2021
      cantera
      22 x 50 x 27 cm
      8 5/8 x 19 3/4 x 10 5/8 in
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  • Pedro Reyes, Teocali, 2020

    Pedro Reyes

    Teocali, 2020
    rocha vulcânica
    [volcanic stone]
    50 x 15 x 15 cm
    19 3/4 x 5 7/8 x 5 7/8 in
  • Pedro Reyes, Ensamble, 2021
    Pedro Reyes, Ensamble, 2021
    Pedro Reyes, Ensamble, 2021
    Pedro Reyes, Ensamble, 2021
    Pedro Reyes, Ensamble, 2021
    Pedro Reyes, Ensamble, 2021
    Pedro Reyes, Ensamble, 2021

    Pedro Reyes

    Ensamble, 2021

    pedra tezontle, pedra vulcânica, mármore

    [tezontle stone, volcanic stone, marble]
    60 x 43 x 17 cm
    23 5/8 x 16 7/8 x 6 3/4 in
    Edition of 3 plus 2 artist's proofs

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  • Abolition (2021) é criada em uma técnica que Reyes começou a usar recentemente, em que mistura metal e concreto. É a representação de duas mãos entrelaçadas como uma torre combinando linhas verticais e horizontais. O processo começa com a soldagem de peças de fios metálicos que formam uma moldura, buscando uma visualidade construtivista. Duas mãos juntas são um símbolo de cooperação, porque inúmeras coisas não podemos fazer sozinhos, mas a mão também tem muitos significados diferentes, dependendo de sua posição. Isso pode ser interpretado como concordância, que deriva de coração, em latim. O artista também reflete sobre a importância de ser um abolicionista hoje, quando temos visto um aumento do racismo. “Não é suficiente ser neutro. Devemos ser explicitamente abolicionistas, o que significa denunciar ativamente a supremacia branca e reconhecer o trabalho que deve ser feito para alcançar a equidade e a justiça reais. Portanto, essas duas mãos são um símbolo do abolicionismo que faz parte do processo inacabado de descolonização”, explica Pedro Reyes.
     
    As culturas pré-hispânicas têm um papel essencial na obra do artista. Nesta exposição, Reyes consegue integrar a estética contemporânea com as tradições antigas enraizadas na cultura mexicana. Apresentando questões ontológicas abertas, Reyes leva à introspecção.
  • Pedro Reyes, Cabeza, 2021
    Pedro Reyes, Cabeza, 2021
    Pedro Reyes, Cabeza, 2021
    Pedro Reyes, Cabeza, 2021
    Pedro Reyes, Cabeza, 2021
    Pedro Reyes, Cabeza, 2021

    Pedro Reyes

    Cabeza, 2021

    rocha vulcânica

    [volcanic stone]

    102 x 35 x 35 cm
    40 1/8 x 13 3/4 x 13 3/4 in

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  • Pedro Reyes, Signal, 2021

    Pedro Reyes

    Signal, 2021
    jadeita
    81 x 28 x 13 cm
    31 7/8 x 11 1/8 x 5 1/8 in
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  • Pedro Reyes, Acúfeno, 2021

    Pedro Reyes

    Acúfeno, 2021
    calcita azul
    [blue calcite]
    10 x 33 x 22 cm
    4 x 13 x 8 5/8 in
    9 kg
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  • Pedro Reyes, Nähui, 2021
  • vistas da exposição

  • sobre o artista


    Coleções das quais seu trabalho faz parte incluem
     Museum of Fine Arts Boston; Carnegie Museum of Art, Pittsburgh; Kadist Art Foundation, Paris; Tiroche DeLeon Collection, Gibraltar; Brooklyn Museum, Nova York; Museo Tamayo, Cidade do México; Fundación Alumnos47, Cidade do México; Walker Art Center, Minneapolis.

    sobre o artista

    Pedro Reyes (México D.F., 1972)  é formado em arquitetura, mas se considera sobretudo um escultor, ainda que seus trabalhos reúnam elementos de teatro, psicologia e ativismo. Em 2008, Reyes exibiu pela primeira vez o projeto, que se tornaria antológico, Palas por Pistolas, no qual um total de 1.527 armas de fogo foram coletadas em uma campanha voluntária de desarmamento e destruídas para ser transformadas em pás para plantar 1.527 árvores. Este projeto teve sequência com Disarm (2012), trabalho para o qual um total de 6.700 armas foram desmontadas e convertidas em instrumentos musicais. Em 2013, o artista apresentou a primeira edição de pUN: Nações Unidas do Povo, no Queens Museum de Nova York. PUN é um congresso experimental em que cidadãos comuns atuam como delegados de cada um dos países nas Nações Unidas e buscam a aplicação de técnicas e recursos da psicologia social, teatro, artes e resolução de conflitos na geopolítica. Em 2016, realizou Doomocracy, uma obra de teatro imersivo comissionada pelo Creative Time.

     

    Exposições individuais recentes incluem Return to Sender, Museum Tinguely, Basiléia (2020); Think Twice (Com Carla Fernandez) SCAD, Savannah, Georgia (2019); Glyptotek, Lisson Gallery, Londres (2018); Recent works, Galeria Luisa Strina, São Paulo (2017); Doomocracy, Creative Time, Nova York (2016); Domingo Salvaje, La Tallera/SAPS, Cuernavaca (2016); For Future Reference, Dallas Contemporary (2016); pUN: The People’s United Nations, Hammer Museum, Los Angeles (2015).